CNPq aprova fomento para pesquisa da UFTM sobre sequelas da COVID-19

O CNPq aprovou fomento para projeto do grupo de pesquisa da UFTM “Neurociências aplicada à Reabilitação”, que se inscreveu para participar da Chamada Pública “Pesquisas para enfrentamento da COVID-19, suas consequências e outras síndromes respiratórias agudas graves”.

O estudo vai elaborar um protocolo padronizado de avaliação das manifestações neurológicas e verificar a evolução delas durante 12 meses após diagnóstico de infecção por SARS-Cov-2. O projeto é coordenado pelo professor Gustavo José Luvizutto, do Departamento de Fisioterapia Aplicada da UFTM, e conta com o apoio dos professores Luciane Aparecida Pascucci Sande de Souza, do Departamento de Fisioterapia, e Alex Eduardo da Silva, do Departamento de Neurologia, além de discentes participantes do grupo de pesquisa.

Professores Luciane Aparecida Pascucci Sande de Souza e Alex Eduardo da Silva, do Departamento de Neurologia 

A pesquisa

Trata-se de um estudo de corte prospectivo de pacientes com COVID-19 com duração de 24 meses. Participarão da pesquisa 50 indivíduos pós-infectados por SARS-Cov-2, após alta hospitalar, e 50 indivíduos neurologicamente saudáveis, pareados por idade e sexo, que é o grupo de controle. A equipe conta com a parceria da Secretaria Municipal de Saúde de Uberaba para coletar nomes e contatos de candidatos voluntários. No momento, o grupo encontra-se nessa primeira etapa do estudo, já aprovada pelo Comitê de Ética e Pesquisa – CEP/UFTM. Aqueles que aceitam participar respondem um formulário eletrônico.

Na segunda etapa, haverá triagem presencial dos participantes, no Laboratório de Biomecânica e Controle Motor – LABCOM/UFTM, para confirmação dos critérios de inclusão. Na terceira fase, será aplicado o protocolo detalhado e periódico. Com o fomento adquirido por meio do edital, serão comprados materiais de consumo e um equipamento que possibilitarão avaliar a atividade cerebral frontal pelo sistema de espectroscopia funcional de infravermelho próximo (fNIRS). O fNIRS é capaz de detectar aumento no fluxo sanguíneo cerebral durante atividades cognitivas e motoras, ou seja, será possível identificar qualquer mudança na atividade cerebral após quadro infeccioso e se o mesmo está relacionado com alguma sequela neurológica após a COVID-19.

“Com o avanço do coronavírus no Brasil e o número de pessoas com COVID- 19 crescendo, achamos importante investigar se há algum comprometimento neurológico ou funcional após o período infeccioso, visto que há registros de alterações no olfato, paladar, cognição, equilíbrio e sistema músculo-esquelético já no início da doença. Com a aprovação da nossa pesquisa no edital de auxílio emergencial do CNPq será possível aquisição de equipamentos e materiais de consumo para que o estudo aconteça de maneira mais fidedigna e robusta, além de equipar nosso laboratório para pesquisas futuras do grupo”, avaliou o professor Gustavo.

Fotos: Divulgação/UFTM