Artigo científico revela resultados inovadores sobre variações no fenótipo de plantas  

A UFTM participou da publicação do artigo científico intitulado “A systemic approach to the quantification of the phenotypic plasticity of plant physiological traits: the multivariate plasticity index”, na revista internacional Journal of Experimental Botany, publicado pela Oxford University Press, em nome da Society for Experimental Biology. O periódico abrange pesquisas em biologia vegetal, com foco em fisiologia molecular, genética molecular e fisiologia ambiental.

O professor Marcelo Rodrigues, do curso de Agronomia do Campus Iturama/UFTM, foi um dos autores do artigo, bem como os pesquisadores João Paulo Pennacchi, Jean Marcel Sousa Lira e João Paulo Rodrigues Alves Delfino Barbosa, da Universidade Federal de Lavras; Fernando Henrique Silva Garcia, da Universidade de São Paulo/Piracicaba; e Ane Marcela das Chagas Mendonça, da Universidade Federal do Sergipe/São Cristóvão. A revista apresenta um alto fator de impacto científico na área que o grupo desenvolve suas pesquisas científicas.

O início dos estudos

O professor Marcelo Rodrigues, do Campus Iturama/UFTM, possui vínculo e parceria consolidada desde 2012 com o Laboratório de Ecofisiologia Vegetal do Setor de Fisiologia Vegetal (UFLA/DBI), liderado pelo professor João Paulo Barbosa. E foi em 2012 que se iniciou essa pesquisa científica. O grupo começou a estudar o comportamento de plantas em função das mudanças climáticas e mudanças de propriedades do solo.

O fenótipo de uma planta emerge da interação de seu DNA com o ambiente. Como fenótipo, entende-se o conjunto de características observáveis de um organismo, determinando a aparência, em sua maioria, com aspectos visíveis. Nesse contexto, quando ocorrem variações do clima e solo, a planta possui a capacidade de modificar sua morfologia, anatomia e realizar ajustes fisiológicos para abrandar o limite desse estresse induzido, sem perder sua capacidade produtiva. “Podemos definir tais ajustes ao novo ambiente ou cenário como ‘plasticidade fenotípica’, que representa a capacidade de um genótipo específico de apresentar múltiplos fenótipos em resposta às mudanças ambientais. Métodos anteriores para compreender essa ‘plasticidade fenotípica’ de plantas apresentam limitações, principalmente no que constitui uma análise de características múltiplas”, explicou Marcelo.

A inovação da pesquisa

A pesquisa publicada em artigo científico propõe um índice inovador, integrativo e multivariado para quantificar e avaliar a “plasticidade fenotípica” de plantas. O Índice de Plasticidade Fenotípica Multivariado  - MVPi foi criado e testado em variedades de cana-de-açúcar e também em espécies nativas do cerrado brasileiro, em plantas cultivadas sob diversas condições ambientais. O MVPi foi eficiente desde situações e comportamento de plantas com mudanças mais simples, até casos mais complexos e maiores variações ambientais. “O novo método provou ser elucidativo, simples e funcional em todos os casos. Recomendamos o método MVPi como uma ferramenta para análise de plasticidade fenotípica no contexto de uma avaliação sistêmica de características fenotípicas de plantas. Foram oito anos de muito trabalho para provar a teoria experimentalmente e para encontrar uma forma inteligível para quantificar a plasticidade fenotípica de plantas comerciais como a cana-de-açúcar e espécies nativas do cerrado brasileiro”, revelou o pesquisador de Iturama.

O grupo de pesquisa recomenda o uso do MVPi como uma nova ferramenta e metodologia eficiente para obtenção de resultados mais robustos e confiáveis, “levando a tomadas de decisões mais assertivas para o manejo em campo e potencializar técnicas de produção agrícola, bem como permitindo o monitoramento e manejo eficiente de fragmentos do cerrado brasileiro, viabilizando também a melhor implantação e sucesso de programas de reflorestamento”, concluiu Marcelo.

O grupo de pesquisa recebeu fomento da CapesS, vinculado à linha de pesquisa científica em “Fisiologia da Produção e Ecofisiologia Vegetal”. A pesquisa foi sediada no Laboratório de Ecofisiologia Vegetal da UFLA/DBI em parceria com outras universidades como UFTM Campus Iturama, USP e UFS.

Fotos: Fernando H. Garcia/USP e Marcelo Rodrigues/UFTM