De acordo com o neurologista e chefe da Divisão Médica do Hospital de Clínicas, Marlos Aureliano Dias de Sousa, o investimento deve tornar o tratamento do AVC mais célere e preciso na instituição, por meio da atualização tecnológica das ressonâncias magnéticas de crânio – exame necessário para confirmar o diagnóstico ou quando não se tem certeza do horário de início dos sintomas.

 

“A primeira hora é a mais importante, quando existe suspeita de AVC, pois o passar do tempo reduz o potencial de eficiência do tratamento. É essencial que o diagnóstico ocorra com a máxima precisão, de modo a determinar o tamanho da lesão e a área afetada. Com esse repasse, o Hospital está adquirindo um novo software, que delimita melhor essa área, nas ressonâncias, além de aumentar a velocidade de processamento e a qualidade das imagens”, Sousa adianta.

 

Segundo o neurologista, está havendo, ainda, aquisição adicional do medicamento utilizado nas trombólises. “Embora o Hospital de Clínicas tenha credenciamento para assistência de alta complexidade em Neurologia e Neurocirurgia, ainda não é credenciado como unidade de tratamento de AVC. Por esse motivo, não existe uma fonte de custeio da medicação, e o HC acaba assumindo esse custo”, contextualiza, detalhando que uma única trombólise consome em média R$ 3 mil em medicação.

 

Para o chefe do Setor de Projetos Estratégicos em Saúde do HC, Lucas Vieira Fernandes Corrêa, “a compra adicional de medicação proporcionada pelo atual investimento potencializa a capacidade de assistência do hospital na área de AVC. A própria deliberação do estado em liberar o repasse pressupõe o HC como referência nesse tipo de tratamento”.

 

Corrêa salienta que o credenciamento do hospital como unidade de AVC está em trâmite e será um novo passo importante, quando concretizado, para aumentar a qualidade do atendimento prestado à população, uma vez que permitirá o custeio, pelo sistema de saúde, da medicação envolvida no tratamento.

 

No que diz respeito às adaptações de infraestrutura, por sua vez, houve reforma completa na sala de ressonância, com instalação de porta com biometria, troca do piso, forro e iluminação, além de nivelamento de piso no corredor que leva do Pronto-Socorro à ressonância, aumentando o conforto do paciente e a segurança das macas no trajeto.

 

“Está em finalização a última etapa das adequações, com a criação de uma sala de recuperação pós-anestésica com dois leitos (15 m² de área) para usuários que demandem sedação ao passar por ressonância, propiciando mais privacidade durante o processo de recuperação. Essa obra inclui a instalação de uma rede de gases medicinais e climatização. Também está sendo finalizado um posto de enfermagem (com 15 m²)”, detalha Wesley Amâncio de Melo, chefe do Setor de Infraestrutura Física do HC-UFTM.

 

Já a manutenção preventiva e a automação dos dispositivos de refrigeração do aparelho de ressonância foram concluídas e visam a aumentar a disponibilidade de tempo de uso do equipamento. “Se um dos refrigeradores do sistema falhar por algum motivo, como uma queda de energia, o outro será acionado automaticamente, sem interrupções na realização dos exames”, Melo informa.