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Pesquisa

Pesquisa da UFTM realizada na Amazônia é publicada em periódico internacional de Educação Ambiental

Publicado: Quarta, 02 de Fevereiro de 2022, 11h25

A pesquisa sob o título “Processos de aprendizagem social desencadeados por situação de desastre: um estudo de caso na Amazônia brasileira”, foi concluída após quatro anos de pesquisa de campo na comunidade São Carlos do Jamari, localizada às margens do rio Madeira, em Rondônia. Coordenada pelo professor Diógenes Valdanha Neto, do Departamento de Educação em Ciências, Matemática e Tecnologias – DECMT/Icene, a pesquisa está cadastrada na Pró-reitoria de Pesquisa e Pós-graduação da UFTM. O docente também coordena o Laboratório de Meio Ambiente, Ciência e Educação – LAMACE/UFTM, grupo de pesquisa interdisciplinar credenciado no CNPq. 

O estudo desenvolvido em colaboração com o professor Pedro Roberto Jacobi, do Instituto de Energia e Ambiente (IEE) da Universidade de São Paulo foi publicado no periódico Environmental Education Research, referência para a consolidação do que hoje se entende por campo do conhecimento da Educação Ambiental.

A pesquisa

O objetivo geral da pesquisa foi compreender processos de aprendizagem social desencadeados pela situação de desastre ambiental vivida pela inundação da comunidade. “O rio Madeira sofreu uma cheia histórica em 2014 e deixou diversas comunidades submersas e milhares de pessoas desabrigadas. Como eu já tinha várias relações com moradores da comunidade de São Carlos do Jamari, e havia demanda para estudos que lançassem luz aos processos de reconstrução social desta comunidade após o período de inundação, engajei-me neste projeto”, explicou o pesquisador.

O interesse de trabalhos na Amazônia começou no ano de 2007, quando Diógenes cursava graduação em Ciências Biológicas. Ele se juntou a uma organização que atua com projetos de intervenção comunitária em comunidades ribeirinhas da Amazônia, chamada Núcleo de Apoio à População Ribeirinha da Amazônia (NAPRA). “A partir dessas experiências mais práticas que contribuíram para minha formação mais interdisciplinar no campo socioambiental, desenvolvi uma pesquisa em uma Reserva Extrativista da região durante três anos”.

 Participaram diretamente da pesquisa publicada 24 pessoas, entre elas há pescadores, trabalhadores da educação local, lideranças locais diversas, trabalhadores da defesa civil municipal e lideranças do Movimento dos Atingidos por Barragens. Foi desenvolvido um estudo de caso com realização de análises documentais, observações diretas, conversas informais, entrevistas e grupos focais com os participantes.

De acordo com o pesquisador, o estudo chegou a resultados que podem auxiliar na tomada de decisões socioambientais em situações de desastres envolvendo comunidades tradicionais. Foram identificadas as principais associações dos moradores acerca das causas do desastre, diversos movimentos de participação ativa nas decisões que envolvem o território em que vivem, além de conflitos entre atores sociais que podem ser utilizados como motor para processos de aprendizagem partilhada na gestão do território.

Ter realizado a pesquisa foi desafiante para Diógenes pelo menos em três níveis. “Teórico, pela necessidade de referenciais interdisciplinares bem articulados e atuais. Prático, pelo cultivo das relações interpessoais entre diferentes atores sociais em um cenário de conflito socioambiental. E emocional, por estar diante de uma situação de reconstrução pós-desastre e acompanhar de perto os lutos, esforços, e recriação das vidas de pessoas com as quais eu já tinha há anos uma proximidade afetiva. No entanto, entendo que estar envolvido nessas múltiplas dimensões com uma investigação, e se implicar na realidade estudada, são alguns dos pontos mais importantes para a produção de estudos que possam ir além de aspectos mais formalistas da prática investigativa”, concluiu.

Acesse a publicação do estudo no periódico: https://doi.org/10.1080/13504622.2021.2007222

 

Imagem: Diógenes Valdanha Neto/arquivo pessoal

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