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Pesquisa

Pesquisa da UFTM indica regiões no Brasil mais frágeis para o enfrentamento de pandemias

Publicado: Segunda, 21 de Novembro de 2022, 10h11

Pesquisadores da Universidade Federal do Triângulo Mineiro e colaboradores do Centro Universitário de Mineiros levantam, avaliam e relacionam as taxas de mortalidade por Covid-19 e por desnutrição infantil para determinar por meio de modelagem estatística prospectivamente macrorregiões com maiores fragilidades para o enfrentamento de pandemias.  

O estudo foi publicado neste mês em uma revista internacional de prestígio da comunidade científica, denominada Frontiers in Public Health, especializada em saúde pública.

Acesse a íntegra no “link”:https://www.frontiersin.org/articles/10.3389/fpubh.2022.1019300/full?&utm_source=Email_to_authors_&utm_medium=Email&utm_content=T1_11.5e1_author&utm_campaign=Email_publication&field=&journalName=Frontiers_in_Public_Health&id=1019300

O estudo projetado e desenvolvido pelo grupo de pesquisa do professor e pesquisador da UFTM Carlo José Freire de Oliveira fez parte das atividades do pós-doutorando Wellington Francisco Rodrigues, juntamente com outros pesquisadores, incluindo Camila Botelho Miguel (Unifimes), Arianny Lima da Silva (Unifimes), Carlos Antônio Trindade da Silva (São Leolpoldo Mandic) e Melissa Carvalho Martins de Abreu (Unifimes). A pesquisa durou um ano e foi realizada no laboratório de Imunologia da UFTM.

A pesquisa

A pesquisa teve o objetivo de gerar indicadores prospectivos (relativo ao futuro) para as macrorregiões mais frágeis do país no que tange à pobreza, desigualdades sociais e mortalidade infantil por desnutrição que possam refletir piores desfechos frente ao combate de pandemias.

O trabalho avaliou as taxas de desnutrição infantil no período de 1996 a 2017 e a mortalidade por COVID-19 de fevereiro a dezembro de 2020 para todo o país e separado por macrorregiões.  As informações para a mortalidade por Covid-19 foram avaliadas para o ano de 2020, primeiro ano de enfrentamento da doença no país.

Um total de 3.895 óbitos por desnutrição infantil foram registrados nos 22 anos avaliados. Embora uma diminuição das taxas de óbitos por desnutrição tenha sido encontrada para os próximos anos (até 2025), as regiões Norte e Nordeste possuem tendência a terem médias de óbitos acima da média esperada para o país, de forma geral.

Houve também, como já esperadas pelo estudo, discrepâncias para as taxas de óbitos por Covid-19 entre as distintas macrorregiões. As diferenças médias para cada macrorregião entre mortalidade por desnutrição infantil e Covid-19 foram agrupadas para gerar o indicador de fragilidade entre as relações para as taxas de desnutrição infantil e a pandemia. Com isso, foi possível apontar a região Nordeste como a macrorregião mais frágil aos efeitos de uma pandemia no que tange à pobreza extrema e mortalidade infantil por desnutrição. De fato, a região Nordeste e a região Norte foram aquelas com maiores fragilidades. A região Sul foi a macrorregião com menor fragilidade frente aos reflexos da pandemia para a miséria, fome e óbito por desnutrição.

Em resumo, este estudo revelou que no contexto da pandemia de COVID-19, as regiões Norte e Nordeste tendem a ter maiores impactos negativos sobre a desnutrição infantil devido às projeções da pandemia. “Essas regiões são indiscutivelmente regiões com maiores vulnerabilidades para enfrentar futuras pandemias ou agravos associados à baixa demanda de alimentos ou maiores taxas de inflação do mercado. É, portanto, essencial que medidas sejam direcionadas para reverter os danos causados pela atual crise pandêmica assim como prevenir desastres futuros”, apontou o professor Carlo.

De acordo com os autores, os dados colaboram para a geração de indicadores que permitam reforçar e fortalecer ações ao combate da fome, miséria e prevenir colapsos futuros frente à agravos pandêmicos. “O momento é de profunda preocupação com a temática pobreza, fome, desnutrição infantil e capacidade de enfrentamento de pandemias, haja vista que o Brasil apresenta um grande número de pessoas vivendo abaixo da linha da pobreza e o país está entre os dez países do mundo com maior desigualdade social” reforça o pesquisador Carlo Oliveira.

Foto representativa da pesquisa

Distribuição das frequências de risco para associação da pandemia por COVID-19 e taxas de mortalidade por desnutrição no Brasil. As cores mais intensas na figura mostram as regiões do Brasil com maiores relações entre a pandemia e as taxas de mortalidade.

 

Arte: Grupo de pesquisa da UFTM

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