Pesquisa estuda alfabetização midiática informacional e desafios ambientais na educação básica em Angola

O projeto de pesquisa “Alfabetização midiática-informacional e desafios ambientais: desenvolvimento e teste de uma proposta para a educação básica, usando soluções próprias da comunidade” realiza oficinas para professores da educação básica de quatro escolas da província do Cuanza Sul, em Angola, como metodologia de construção de dados. As quatro oficinas iniciaram dia 25 de fevereiro de 2023 e encerram no próximo 16 de março.

A pesquisadora Alexandra Bujokas, professora do Departamento de Filosofia e Ciências Sociais – IELACHS/UFTM, é colaboradora do projeto executado com recursos do governo angolano, realizado em parceria entre o Instituto Superior de Ciências da Educação do Cuanza Sul, Angola e a organização não-governamental Cobra Collective, com sede no Reino Unido, que desenvolve projetos de resiliência ambiental em comunidades.

A pesquisa

As quatro oficinas se conectam com conteúdos curriculares das áreas de Língua Portuguesa, Geografia, Ciências da Natureza e Educação Moral e Cívica, para a chamada sexta classe de quatro escolas localizadas na zona rural da província do Cuanza Sul. Essas oficinas combinam objetivos para as quatro disciplinas previstas nos documentos oficiais do Ministério da Educação angolano com abordagens de educação ambiental sustentadas no chamado "desvio positivo" que, ao invés de só focar problemas, identifica e desenvolve soluções locais junto com a comunidade, usando o conhecimento tradicional, combinado com a busca e a análise crítica de informações relevantes. As soluções encontradas serão posteriormente registradas na forma de narrativas digitais diversas para serem compartilhadas na comunidade.

O produto das oficinas faz parte dos dados a serem coletados para responder as questões da pesquisa, como quais habilidades são relevantes na preparação das novas gerações para enfrentar desafios ambientais. “Com a realização das oficinas e posterior observação do trabalho dos professores, esperamos conseguir fomentar o engajamento na cultura do debate e da cooperação, de modo que os conflitos possam ser negociados para criar aquilo que, no escopo do projeto, chamamos de "autoridade prática", ou um conjunto de ações que mobilizam os atores sociais da comunidade na condução de uma questão de natureza política específica, de modo que eles desenvolvam capacidades e obtenham reconhecimento, o que os habilita a influenciar o comportamento dos outros atores”, explicou a pesquisadora Alexandra Bujokas.

Fotos: Wanessa M. Bujokas