Ir direto para menu de acessibilidade.
Página inicial > Últimas Notícias - Notícias > UFTM inicia projeto de Zoneamento Paleontológico de Uberaba
Início do conteúdo da página
Extensão Universitária

UFTM inicia projeto de Zoneamento Paleontológico de Uberaba

Publicado: Quinta, 29 de Fevereiro de 2024, 09h08

O projeto de extensão universitária “Zoneamento Paleontológico de Uberaba”, coordenado pelos professores Fabrício Corradini (Geografia – IELACHS) e Thiago Marinho (Ciências Biológicas – ICENE) já começou as atividades. O zoneamento paleontológico na área urbana do município de Uberaba é uma iniciativa inovadora que visa conciliar o desenvolvimento urbano com a preservação dos fósseis encontrados na região. “Este zoneamento, um desdobramento da Portaria Conjunta n° 003/2015 - Prefeitura Municipal de Uberaba, é uma medida pioneira e única no mundo, destacando o compromisso da cidade com a conservação do seu patrimônio paleontológico. Na prática, assegura que empreendedores possam investir tranquilamente no município e não terá a obra paralisada na ocorrência de fósseis durante a construção, muito pelo contrário, ao assegurar a edificação no local, os empreendedores/proprietários do terreno estão ajudando a salvaguardar os fósseis encontrados, resgatando-os e transferindo-os para o Complexo Cultural e Científico de Peirópolis - CCCP/PROEXT. Lá, os fósseis serão estudados, preparados, publicados e exposto no museu para conhecimento tanto da comunidade científica quanto da população em geral”, explicou Fabrício.

Até o momento, a equipe participante do projeto já realizou o levantamento de dados bibliográficos e cartográficos, elaboração do banco de dados georreferenciados para elaboração de mapas temáticos e análise em SIG - Sistema de Informações Geográficas, coleta de dados de sondagens de poços tubulares na área urbana e definição e ajustes dos procedimentos metodológicos na elaboração do zoneamento paleontológico. O grupo é formado pelos professores Josenilson Bernardo da Silva (Geografia), Ricardo Vicente Ferreira (Geografia), pelos servidores Luiz Carlos Borges (Geólogo - CCCP/PROEXT), Januário Fernadez (Servidor técnico em Cartografia - do Laboratório de Cartografia e Geoprocessamento do curso de Geografia) e pelos discentes João Vitor Ferreira dos Santos e Luca dos Santos Lopes, ambos do curso de graduação de Ciências Biológicas da UFTM. O projeto conta com a participação da egressa, Maria Isabel Arcanjo Dias, que desenvolveu dissertação de mestrado na UFTM propondo um mapeamento geológico da Formação Uberaba do núcleo urbano do município de Uberaba, MG.

Fóssil “uberabense”

De acordo com o professor Fabrício, o fóssil "uberabense" trata-se de um patrimônio paleontológico de interesse da humanidade, pois permite contar lacunas do tempo geológico e evolução do planeta Terra no intervalo de tempo quando ocorreu a fossilização, no caso dos ossos de dinossauros que aqui habitavam. “Esta abordagem não apenas protege o rico acervo paleontológico da região, mas também promove um desenvolvimento urbano mais sustentável e consciente. A integração entre o avanço das construções e a preservação dos recursos naturais é fundamental para garantir que as gerações futuras possam apreciar e estudar a história que está preservada nas rochas e nos fósseis da área urbana de Uberaba. Nesse contexto, a colaboração entre os setores público e privado se torna crucial, uma vez que ambos têm responsabilidades na preservação e no desenvolvimento equilibrado do ambiente urbano”, destacou. 

Fósseis de dinossauros achados em Uberaba foram apresentados em 2018
Fósseis de dinossauros achados em Uberaba foram apresentados em 2018

 

O zoneamento paleontológico visa regular o uso do solo, bem como promover a conscientização sobre a importância da preservação do patrimônio natural e contribuir para a construção de uma cidade mais resiliente e culturalmente rica. “Por fim, essa iniciativa pioneira muito corrobora com as diretrizes de conservação da geodiversidade pela Unesco, colocando Uberaba no centro do mundo com a esperada chancela e reconhecimento à Uberaba, como um Geoparque, por essa e outras iniciativas sustentáveis em nosso território”, pontuou.

O projeto utiliza recursos públicos do Ministério Público de Minas Gerais - MPMG - Coordenadoria Regional das Promotorias de Justiça de Defesa do Meio Ambiente das Bacias Hidrográficas dos Rios Paranaíba e Baixo Rio Grande, Ministério Público Federal e da Prefeitura Municipal de Uberaba, no montante geral de R$ 200.000,00.

Próximas etapas

As próximas etapas planejadas pelo projeto serão os trabalhos de campo percorrendo todo o perímetro de expansão da área urbana definida no Plano Diretor do município, com o objetivo de identificar a ocorrência dos tipos de rochas e a espessura sedimentar de sua formação, para que em seguida sejam elaborados mapas temáticos para subsidiar a confecção do mapa de zoneamento paleontológico, definindo por cores uma classificação que varia em nível de alto a baixo da possibilidade de encontrar fósseis em determinados pontos da área urbana. A expectativa é a finalização do trabalho até o final do ano e apresentação em audiência pública dos seus resultados. 

 

Foto de destaque: Elioenai Amuy/UFTM

Imagem: André Santos/Prefeitura de Uberaba/Divulgação

 

 

0
0
0
s2sdefault
Fim do conteúdo da página