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Audiência Pública

Diálogo sobre melhoras e desafios em relação a Projetos de Extensão foi tema em Audiência Pública

Publicado: Segunda, 23 de Junho de 2025, 18h59

Dentre os pilares da universidade pública - Ensino, Pesquisa e Extensão -, muitas vezes a Extensão pode ser a última a receber um olhar sobre a sua devida importância. Porém, o trabalho extensionista é relevante para a universidade e para a sociedade, a qual se beneficia com projetos de Extensão. 

Na Universidade Federal do Triângulo Mineiro (UFTM) a Extensão é debatida para alcançar um protagonismo social. A Pró-Reitoria de Extensão (PROEX) realizou na última quarta-feira (18) a Audiência Pública "Curricularização da Extensão na UFTM: contexto, desafios e avanços" com intuito de dialogar sobre os desafios e apresentar à comunidade acadêmica o trabalho que tem sido realizado pela equipe da PROEX. O Fórum de Pró-Reitores de Extensão das Instituições Públicas de Educação Superior Brasileiras (FORPROEX) coloca a necessidade do Ministério da Educação (MEC) em olhar para as políticas de Extensão, salienta a Reitora da UFTM, Professora Marinalva Barbosa. 

A audiência pública tem a finalidade de realizar amplos debates, com apresentação de críticas e sugestões. As informações das Instituições de Ensino Superior são públicas, porém nem sempre o acesso às informações é tão fácil de ser acessado pela comunidade, ressalta Marinalva sobre a importância das audiências públicas. Na oportunidade, o intuito do encontro foi demonstrar “o cenário atual da curricularização da Extensão na UFTM, apresentar os desafios e contexto onde a gente quer e precisa chegar”, destaca a Pró-Reitora de Extensão Substituta, Aline Dessupoio Chaves.

Atualmente a PROEX tem três servidoras que trabalham no Setor Pedagógico. A servidora técnico administrativa, Adélia Carolina Bassi, destacou as atividades desenvolvidas pelo setor e a importância em se atentar para o conceito de Extensão, a qual pressupõe a prática de atividades fora dos muros da universidade. “Precisamos garantir que as ações de Extensão promovam mudanças”, ressalta Adélia Bassi.

Didática e Auxílio
O Setor Pedagógico da PROEX desenvolveu um manual de orientação com a finalidade de auxiliar docentes e alunos, desde o registro do projeto de Extensão, até as atividades do dia a dia na realização das ações extensionistas. “É uma organização didática, na qual desenvolvemos frentes de trabalho e ferramentas para auxiliar os docentes e alunos, a fim de esclarecer se a ideia que tiveram cabe ou não enquanto projeto de Extensão. O intuito é auxiliar no processo de criação, implementação e desenvolvimento do projeto”, enfatiza Adélia Bassi durante a apresentação do documento. As informações apresentadas por Adélia podem ser acessadas no site da PROEX.

A Pró-Reitora Substituta da PROEX, Aline Chaves, ressalta que as ferramentas criadas pela equipe ainda têm baixa adesão e uso pelos docentes. Ela destaca que as ferramentas são uma forma de auxiliar alunos e professores a encontrarem informações sobre a Extensão desenvolvida na UFTM.

Extensão e a Comunidade
Em pesquisa realizada na cidade de Uberaba e de Iturama, para saber quais as necessidades que a comunidade acredita serem mais importantes, os entrevistados tiveram a oportunidade de falar e expor os problemas que acreditam ser os mais relevantes. Adélia Bassi esclarece que a criação das ferramentas para auxiliar desde o registro até o desenvolvimento dos projetos de Extensão, leva em consideração os resultados da pesquisa, a qual foi realizada a partir de questionários e divulgada no site da PROEX. A pesquisa com as comunidades das cidades visa auxiliar os docentes a distinguirem quais as reais necessidades da população público-alvo das ações extensionistas.

Extensão na universidade
A Pró-Reitora Substituta da PROEX, Aline Chaves, reitera o compromisso em procurar auxiliar as pessoas da comunidade acadêmica que se interessam por projetos de Extensão, tanto alunos quanto docentes. Pensando nisso, hoje tem o SAC do Siex e também o FAQ com as dúvidas mais frequentes.

Em relação ao FORPROEX, Aline Chaves destaca o exemplo da Universidade do Estado do Mato Grosso (UNEMAT) apresentado no evento. O caso exemplifica uma alternativa interessante, na qual a universidade mato-grossense inclui no calendário acadêmico a Semana da Extensão. O evento é realizado no período noturno, de modo a propiciar que os estudantes que trabalham durante o dia, possam também realizar as atividades de extensão. A ação extensionista possibilita ao aluno e à aluna integralizar as horas obrigatórias de atividades em projetos de Extensão em dois anos. Nas Semanas de Extensão, todos os cursos noturnos participam promovendo atividades integrativas.

A realidade docente e dos técnicos administrativos na Extensão
Alguns dados reverberam a realidade dos projetos de extensão dos cursos de licenciatura, dos quais os alunos, na maioria das vezes, não conseguem participar das ações de Extensão e tem dificuldade em integralizar as horas obrigatórias de atividades extensionistas.

No atual cenário de atividades que os docentes agregam nas universidades, o Professor Thiago Barnabé critica o ideal em acreditar que existem professores que sabem e são bons em Ensino, Pesquisa e Extensão. Portanto, é importante “propor perguntas para pensar a curricularização de forma eficiente”, destaca Tiago. Para o docente, a UFTM necessita investir em um processo de educar os alunos sobre a importância e os fundamentos da Extensão universitária.

Em relação à dúvida apresentada pela Produtora Cultural da UFTM, Valdíria Fernandes, sobre a possibilidade ou não dos projetos de Extensão coordenados por técnicos administrativos darem direito a créditos aos estudantes, a equipe da PROEX informa que cada curso de graduação pode, através de sua norma interna, decidir se vai ou não aceitar os créditos.

Outro debate relevante é sobre a pontuação que o docente alcança criando ou participando de um projeto de Extensão. Na comparação com outras atividades que o professor universitário pode fazer para pontuar na carreira docente, projetos de Extensão estão dentre os que menos pontuam. “A produção de um artigo científico vale muito mais pontos que um projeto de Extensão”, salienta o Professor Marcos Dionísio sobre a necessidade de realizar uma reflexão sobre esse cenário.

Para a Professora Rosemár Querino, a questão da cultura é muito importante para a UFTM e a instituição deve projetar um lugar no qual a comunidade possa habitar. “É necessário escutar a comunidade. E que tal chamar a comunidade aqui na UFTM para ser ouvida? Precisamos procurar construir uma formação potente, tanto para nós professores e alunos, quanto para a comunidade” frisa a docente. Rosemár lembra que assistir - ajudar- não é sinônimo de fazer Extensão universitária.

O técnico em música da UFTM, Alexandre Rincon, destaca a importância em propor uma mudança sobre técnicos administrativos não poderem ofertar bolsas a alunos em projetos de Extensão. A enfermeira lotada no Cefores, Joyce Duarte, também questiona a impossibilidade de técnicos administrativos não poderem ofertar bolsas nos projetos de Extensão.

Dentre as questões levantadas na audiência pública, algumas citadas acima, também é importante pensar formas de melhorar a comunicação com a comunidade externa. A Pró-Reitora Substituta de Extensão destaca o uso das redes sociais na divulgação das ações de Extensão e a servidora técnico-administrativa Adélia Bassi, frisa em contemplar dentro do site UFTM, demandas vindas da comunidade externa e que sejam disponibilizadas aos docentes e alunos. Ainda sobre a divulgação no âmbito da Extensão, é necessário pensar estratégias eficientes para que as ações da universidade cheguem até a comunidade externa.

Sobre existir projetos de Extensão com parte teórica e prática, é importante destacar a obrigatoriedade de integralização das duas partes pelo aluno participante. A Reitora da UFTM, Marinalva Barbosa, reitera que “como professora eu sempre tive disciplinas com as duas faces - uma carga horária teórica e outra que sempre levei os discentes para dentro da escola. A parte teórica e prática devem ter a mesma valorização”.

 

(Gustavo Ferreira)

 

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