COENS manifesta apoio à realização da próxima Jornada Universitária em Defesa da Reforma Agrária em 2018
O Conselho de Ensino da UFTM em sua 69ª Reunião Ordinária deliberou pela divulgação do Manifesto em Defesa da Jornada Universitária em Defesa da Reforma Agrária Popular na UFTM. Confira o texto:
MANIFESTO EM DEFESA DA JORNADA UNIVERSITÁRIA EM DEFESA DA REFORMA AGRÁRIA POPULAR NA UFTM
Nós, professores, estudantes, dirigentes de instituições acadêmicas, movimentos sociais e entidades de categoria profissional, vimos a público manifestar nossa perplexidade e nosso mais veemente protesto contra a denúncia anônima protocolada no Ministério Público Federal de Uberaba/ MG referente à realização da Jornada Universitária em Defesa da Reforma Agrária Popular na UFTM no ano de 2017, em sua 3ª edição.
A Jornada na UFTM é historicamente construída por um coletivo de pessoas pertencentes a grupos de estudos, núcleos e laboratórios de pesquisa, entidades discentes e movimentos sociais que possuem compromisso político, ético e pedagógico com a construção diária da Universidade Pública, Gratuita e de Qualidade. Como também com a indissociabilidade ensino, pesquisa e extensão, função social da instituição de ensino na interação e diálogo com a comunidade externa, em destaque com os movimentos sociais que travam diariamente a luta social no campo em prol da Reforma Agrária. Dessa forma, a jornada é um espaço de análise crítica da realidade, de valorização da diversidade social e cultural, do questionamento da ciência, de suas questões, seus impactos e contribuições reais para a melhoria das condições de vida da classe trabalhadora.
A Jornada Universitária em Defesa da Reforma Agrária é uma realidade desde 2014 em várias universidades do país comprometidas com a construção e democratização do conhecimento sobre a temática da questão agrária, reforma agrária, educação do campo, produção agroecológica e sustentável. Um evento cujo debate é contra a criminalização dos movimentos sociais que lutam pela terra no Brasil, assim como em defesa do fim da violência no campo, a exemplo que neste ano rememorou e questionou em todo o país os assassinatos dos 21 trabalhadores Sem Terra no conflito de terras em Eldorado dos Carajás ocorrido em 1996.
A denúncia representa a criminalização de um evento legítimo social e academicamente, por seus propósitos, conteúdos e abordagens. Tal prática fere o cerne da própria Universidade em relação ao estimulo ao debate entre os diferentes e contrários. Assim, a denúncia passa a ser um instrumento político que busca o silenciamento, o cerceamento da diversidade, em um momento em que mais do que nunca se destaca a necessária relação entre a Universidade e a Sociedade, para a produção de conhecimento crítico visando a transformação social.
Diante da conjuntura atual de intensos ataques a Universidade Pública, à democracia, à pluralidade de ideias e de perspectivas politico-pedagógicas, nos posicionamos de forma a repudiar tal denuncia que, de forma difamadora e caluniosa, ataca a FUNÇÃO SOCIAL da III Jornada Universitária em Defesa da Reforma Agrária e IV Colóquio da Questão Agrária na UFTM, mas acima de tudo ataca o lugar dos diferentes sujeitos sociais no espaço da Universidade Pública.
Manifestamos, assim, todo nosso APOIO à realização da Jornada na UFTM.
PELA REALIZAÇÃO DA JORNADA UNIVERSITÁRIA EM DEFESA DA REFORMA AGRÁRIA NA UFTM!!!
Assinam este documento:
Colegiado do IELACHS
Fórum Popular de Lutas Sociais de Uberaba
Centro Acadêmico de Serviço Social.
Redes Sociais