“O atendimento da UTI Neonatal do Hospital de Clínicas nos marcou para sempre”, afirmam pais de prematuro extremo
Bruno César Batista e Danielle Cristine Lopes, ambos de 31 anos, são pais do bebê com prematuridade mais extrema já nascido no Hospital de Clínicas da Universidade Federal do Triângulo Mineiro e que conseguiu manter-se vivo para além do prazo de 48 horas.
O parto ocorreu no dia 15 de abril, durante a 23.ª semana de gestação. O pequeno Henrique permanece, desde então, sob cuidados da UTI Neonatal e Pediátrica. Hoje pesa 565g, uma evolução, pois chegou a 425g após o nascimento. Algumas condições decorrentes da prematuridade têm sido tratadas, como anemia, instabilidade renal e necessidade de suporte respiratório, alimentar e de temperatura, em incubadora.
Para os pais, o acolhimento humanizado da família tem sido essencial nesse momento. “É nossa primeira experiência de atendimento no Hospital de Clínicas e a surpresa foi descobrir que o HC trata não apenas o paciente, mas toda a família, junto. Temos recebido grande suporte por parte da equipe médica, enfermeiros, psicólogos e demais membros do time multiprofissional. Ter um prematuro extremo gera muito medo e desconforto, mas o profissionalismo, a dedicação e o amor dos profissionais da UTI Neonatal nos conquistaram”, conta Batista.
O técnico em Tecnologia da Informação, morador de Uberaba, destaca que nesses 25 dias de internação a família vem se revezando como acompanhantes junto ao leito, das 8h às 18h. “O relacionamento com os funcionários do setor”, relata, “criou vínculos de confiança e segurança. Quando vamos para casa, deixamos nosso filho totalmente tranquilos, porque é como se o Henrique estivesse com alguém da nossa família. E quando voltamos, no dia seguinte, somos recebidos com amparo e cuidado”.
Qualidade assistencial
De acordo com Valquíria Cardoso Alves Chagas, chefe da Unidade de Atenção à Saúde da Criança e do Adolescente, o quadro de Henrique ainda demanda muita atenção, apresenta instabilidades e pode exigir meses de internação até o ganho de peso e possibilidade de alta, nas melhores expectativas. Contudo, o fato de estar ganhando peso e reagindo é motivo de otimismo e comemoração. “É um guerreiro lutando pela vida”, afirma.
A mãe do prematuro, por sua vez, avalia que tanto o aspecto técnico quanto o humano compõem, conjuntamente, a relação estabelecida entre o usuário do sistema de saúde e o Hospital. “O que encontramos no HC são profissionais muito bem escolhidos, altamente qualificados e que nem por isso perderam o aspecto humano e o modo de lidar com o outro. Ouvem, consolam, acolhem. No campo técnico, são ágeis, apresentam intervenções imediatas e precisas, a qualquer hora do dia, não importa o turno”, diz.
O casal, que tem outros dois filhos nascidos de gestações em prazo normal, acredita que o tratamento recebido no HC nunca será esquecido. “Como pais e como humanos, ficaremos sempre marcados pelo carinho e amor que fazem parte da prática assistencial da UTI Neonatal e que é dedicado igualmente a todas as crianças ali recebidas. A integração entre os profissionais da UTI, bem como o respeito estrito a todos os protocolos de segurança e higiene precisam ser reafirmados junto a toda a sociedade. Que nossa gratidão chegue a todas as esferas do HC, da Ebserh e do município”, finaliza o pai.
Criada em 1995, a UTI Neonatal e Pediátrica do Hospital de Clínicas conta com 20 leitos. São 330 pacientes por ano, em média. 75% da ocupação é de recém-nascidos. Desses, 70% são prematuros. Em seus 23 anos de história, o setor já superou a marca de 4 mil pacientes. A equipe assistencial envolve mais de 100 profissionais no cuidado diário, incluindo médicos, enfermeiros, fonoaudiólogos, fisioterapeutas, psicólogos, assistentes sociais e técnicos de enfermagem.
Redes Sociais