Parceria entre pesquisadores propõe novo esquema de sequenciamento de DNA para identificação de parasita
Um novo esquema diagnóstico para a identificação do parasita Leishmania donovani, agente causador da leishmaniose visceral, é o resultado de uma parceria entre pesquisadores do Brasil, Alemanha, Austrália e Bangladesh. O artigo, com os resultados da pesquisa, foi recentemente publicado na revista científica International Journal for Parasitology, que está entre as mais relevantes no mundo na área de parasitologia. O trabalho que contou com a participação do professor da UFTM, Kennio Ferreira Paim, é uma importante contribuição para o diagnóstico das chamadas doenças negligenciadas como doenças virais, parasitárias e bacterianas que afetam principalmente as pessoas mais pobres do mundo.
De acordo com o professor da UFTM, Kennio Ferreira Paim, a pesquisa foi uma parceria entre pesquisadores das Universidades de Sydney na Austrália; Universidade Técnica e de Ciências Aplicadas de Wildau, Universidade Charité de Berlim na Alemanha; Ministério da Saúde de Dhaka em Bangladesh; e Fundação Oswaldo Cruz e Universidade Federal do Triângulo Mineiro no Brasil. O trabalho demonstra o sucesso da parceria entre as diferentes instituições o qual pode ser evidenciado no desenho da pesquisa uma vez que as amostras de Leishmania donovani foram obtidas de pacientes com leishmaniose visceral em vários municípios de Bangladesh e posteriormente encaminhados à Universidade de Sydney onde a parte experimental foi realizada. Os dados gerados foram enviados para a UFTM e aqui analisados. Após essa fase, todos os demais participantes trabalharam na construção do texto submetido à revista e recentemente publicado.
O trabalho propõe o sequenciamento de uma nova combinação de sete genes presentes no genoma do parasito e que possuem a capacidade de separar isolados provenientes de uma mesma região geográfica ou mesmo provenientes de um único paciente. Este fato é importante pois é sabido que diferentes linhagens do parasito pode estar associado a condições clínicas distintas. Este novo esquema foi validado e obteve sucesso na identificação dos isolados de Leishmania provenientes de Bangladesh e já está disponível para ser utilizado em qualquer parte do mundo onde o sequenciamento de DNA está disponível.
Mais informações: https://www.sciencedirect.com/science/article/pii/S0020751919301262
Figura: Formas amastigotas de Leishmania donovani infectando macrófago na medula óssea de um dos pacientes do estudo.
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