Doações de órgãos e tecidos para transplantes cresceram 15,4%, em 2020, no HC da UFTM
O Hospital de Clínicas da Universidade Federal do Triângulo Mineiro registrou aumento de 15,4% nas doações de órgãos e tecidos para transplantes em 2020, com relação ao ano anterior. O dado faz parte da estatística divulgada pela Comissão Intra-Hospitalar de Doação de Órgãos e Tecidos para Transplante - CIH-DOTT, no dia 5 de janeiro.
De janeiro a dezembro, no trabalho de busca ativa, dentre os 955 possíveis doadores com morte encefálica confirmada, a Comissão realizou 52 entrevistas com familiares, o que resultou em 18 doações autorizadas, 55,5% delas permitindo a captação múltipla de órgãos. Ao longo de 2020, foram coletadas na instituição 24 córneas, 20 rins, cinco fígados e três corações.
Para o coordenador da CIH-DOTT, Ilídio Antunes de Oliveira Júnior, esse número deve ser celebrado, uma vez que 52 vidas foram salvas, possibilitando o retorno feliz ao convívio familiar das pessoas que receberam esses órgãos, com melhor qualidade de vida e plena possibilidade de retorno à sociedade produtiva.
“Mesmo com todas as normativas impostas pelo período de pandemia, obtivemos esse aumento expressivo em comparação a 2019. O trabalho de conscientização sobre a importância das doações de órgãos é essencial para continuarmos avançando. Temos em média de 14 a 16 doadores por milhão de habitantes, na região do Triângulo Mineiro. Essa taxa pode e precisa aumentar. Doar órgãos é um gesto de altruísmo e de amor, que precisa ser incentivado. Ninguém está imune a precisar de uma doação", contextualiza.
O percentual de aceitação de doação tanto de córneas (22,2%) quanto de múltiplos órgãos (62,5%), no período, superou a produtividade esperada pelo Ministério da Saúde conforme os parâmetros de análise estabelecidos pela Portaria 1.261, de 16 de junho de 2006. No próprio HC-UFTM, houve 13 transplantes de córneas, seis de rins a partir de doador falecido e um de medula óssea ao longo de 2020.
Dos 955 potenciais doadores identificados no Hospital, após avaliação, 240 tiveram contraindicação médica e três estavam com família ausente, circunstâncias que impedem a entrevista sobre a possibilidade de doação. Outras 11 famílias não autorizaram a retirada de órgãos. Houve, como critérios de exclusão, ainda, 47 diagnósticos de sorologia positiva para doenças infecciosas, 280 óbitos fora da faixa etária indicada para doação, 294 quadros de sepse e dez de optantes em vida pela não doação. Em dois casos, o óbito havia ocorrido há mais de seis horas, o que também impossibilita o procedimento.
Vida pela Vida
Incentivador da doação de múltiplos órgãos e tecidos, o projeto Vida pela Vida é coordenado pelo médico Ilídio Antunes de Oliveira Júnior. Foram realizadas 29 palestras, reuniões ou entrevistas para a imprensa em 2020. Desde 2001, o projeto já realizou 28.116 coletas de sangue de voluntários interessados em se registrar no Cadastro Nacional de Doadores de Medula Óssea - Redome.
O trabalho da CIH-DOTT consiste na identificação e avaliação de potenciais doadores com morte encefálica confirmada. Localizada no HC-UFTM, a Comissão conta também com uma unidade de captação de córneas na Fundação Hospitalar Municipal João Henrique, em Conceição das Alagoas/MG. É subordinada à Superintendência do HC-UFTM e ao MG Transplantes – regional oeste, com sede em Uberlândia/MG.
Fonte e foto: Unidade de Comunicação HC-UFTM
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