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Ensino

Alunos da Engenharia Mecânica constroem equipamentos de refrigeração que serão utilizados pelo curso

Publicado: Terça, 06 de Fevereiro de 2024, 08h58

 

Alunos do Grupo 1 que contruíram a câmara fria
Alunos do Grupo 1 que contruíram a câmara fria

 

Alunos da Engenharia Mecânica da UFTM fizeram uma apresentação para professores, no galpão do curso, do resultado de sua participação no “Projeto Integrador em Sistemas Térmicos”, uma ação culminante de uma nova disciplina de caráter prático na graduação. Eles se dividiram em dois grupos e cada um trabalhou na construção de um equipamento que terá utilidade para o curso.

O Grupo 1 optou por construir uma câmara fria. Os alunos aproveitaram a carcaça de um freezer, que havia sido dado baixa pelo almoxarifado da Instituição, e um compressor inutilizado, após ser substituído em uma bancada de pesquisa. A equipe trocou a placa evaporadora original, dimensionou uma placa nova, trocou o tubo capilar que seria utilizado no freezer, dimensionou a capacidade total de resfriamento após construção, calculou a temperatura que poderia ser mantida no interior da câmara, entre outras questões. O Grupo apresentou como proposta instrumentar o equipamento com sensores de temperatura e pressão, de modo que a câmara pudesse, após pronta, ser utilizada em aulas práticas do curso, principalmente nas disciplinas de termodinâmica e refrigeração. “Nossa jornada no projeto da bancada didática envolveu superar inúmeros desafios, desde dimensionamento do experimento até gerenciamento de recursos e tempo, porém foi de extrema importância para consolidar o conhecimento adquirido em sala de aula. Liderar membros de habilidades diversas foi desafiador, mas extremamente gratificante”, afirmou o líder do Grupo 1 João Pedro Gomes Ostini Ayello, discente do 8° período do curso de Engenharia Mecânica.

João Pedro Ayello, lider do Grupo 1, ao lado da câmara fria
João Pedro Ayello, lider do Grupo 1, ao lado da câmara fria

 

 O Grupo 2 optou por construir uma bancada de refrigeração de bebidas, semelhante a que resfria barris de chopp. Os discentes adaptaram uma caixa térmica para montar um banho térmico, o qual mantém uma solução aquosa bem fria, então a bebida passa por dentro de um tubo mantido imerso nesse banho e sai gelada. O Grupo foi responsável pelos cálculos dos comprimentos de tubos, limites de operação, além de determinar em qual temperatura e velocidade a bebida resfriada poderia ser servida. Devido a características muito específicas dessas extrações de bebidas, os testes nesse equipamento foram realizados utilizando água da rede. Este equipamento também foi instrumentado com sensores de temperatura e pressão, de modo que poderá ser utilizado em diferentes práticas do curso de Engenharia Mecânica. “A construção da bancada didática proposta no projeto integrador foi instigante e desafiadora, uma vez que nos permitiu implementar o conhecimento adquirido nas disciplinas do ciclo de termofluidos; bem como nos possibilitou vivenciar os desafios únicos da execução de um projeto completo, desde o dimensionamento e construção até a gestão de tempo, recursos e pessoas. Os projetos integradores irão auxiliar muitos outros discentes na escolha da área de atuação ao saírem da Universidade, é uma experiência única que prepara para o mercado de trabalho”, pontuou o líder do Grupo 2, Marcos José de Moraes Junior, discente do 10º período do curso de Engenharia Mecânica.

Marcos José de Moraes Junior, líder do Grupo 2, ao lado da bancada de refrigeração de bebidas
Marcos José de Moraes Junior, líder do Grupo 2, ao lado da bancada de refrigeração de bebidas

 

Origem dos projetos integradores

Recentemente os cursos de graduação da UFTM tiveram suas matrizes curriculares reformuladas para atender as novas diretrizes curriculares nacionais, incluindo farta carga horária de projetos de extensão. No curso de Engenharia Mecânica, aproveitou-se a mudança para criar disciplinas de caráter prático, chamadas "projetos integradores". Nessas disciplinas, o objetivo é o aluno desenvolver projetos práticos que envolvam temas de várias disciplinas, tendo em vista um caráter mais prático e experimental do curso.

Alunos do Grupo 2, o téncnico de da Engenharia Mecânica, Leandro Ribeiro Alves eo professor Guilherme Azevedo Oliveira
Alunos do Grupo 2, o téncnico de laboratório da Engenharia Mecânica, Leandro Ribeiro Alves (ponta dir.) e o professor Guilherme Azevedo Oliveira (ponta esq.)

 

O professor Guilherme Azevedo Oliveira, do Departamento de Engenharia Mecânica – DEM/ICTE está responsável pelo Projeto Integrador em Sistemas Térmicos, que fomentou a construção de equipamentos de refrigeração apresentados pelos alunos. “É a primeira vez que a disciplina está sendo ofertada. Estipulei como meta da disciplina que os alunos se dividissem em grupos, e cada grupo teria a missão de idealizar, projetar, construir e testar um equipamento relacionado a área da disciplina. Os grupos atuaram em forma de equipe, com um líder responsável por reportar as atividades e delegando as tarefas aos membros, dando também um aspecto organizacional que eles terão de lidar no mercado de trabalho”, explicou. 

Os projetos foram de livre escolha, mas aprovados e orientados pelo docente e os grupos tiveram apoio nos procedimentos experimentais do técnico do laboratório da Engenharia Mecânica, Leandro Ribeiro Alves. Num primeiro momento, foi exigido que eles apresentassem três propostas de projetos, para que entre elas fosse escolhido o projeto de maior relevância e viável para o prazo do semestre. “Nessas disciplinas, o objetivo é o aluno desenvolver projetos práticos que envolvem assuntos de várias disciplinas, dando um caráter mais prático e experimental ao curso. Um objetivo adicional foi que o equipamento construído tivesse utilidade futura para o curso, em aulas, projetos de pesquisa e extensão, deixando assim um legado para a Universidade, não sendo apenas um equipamento construído que fosse desmanchado ao final do semestre”, destacou Guilherme.

Impacto da realização do projeto

De acordo com o professor, de um modo geral a experiência do projeto foi muito satisfatória, pois os alunos tiveram que se organizar de forma hierárquica, semelhante ao que encontrarão após se formarem, e participaram do projeto em todas as etapas, desde a idealização, cálculos dos projetos, construção e avaliação do produto final. “Além disso, construíram equipamentos que aumentarão o rol de aulas práticas disponíveis no curso. Alunos mais novos irão aprender em equipamento construído pelos próprios alunos, fato que considero sensacional. Os grupos utilizaram componentes que seriam sucata e reaproveitaram em seus projetos, providenciando apenas pequena quantidade de peças”, contou.

Nos trabalhos, os grupos discriminaram custos efetivos, além de custos se tudo fosse levantado do zero, ilustrando a economia que tiveram no reaproveitamento de componentes, o que também foi uma exigência do projeto. “Acho importante ressaltar que os projetos não se tornarão atividades rotineiras da disciplina, o objetivo é que os alunos sempre trabalhem em projetos novos e não repetidos, o projeto permite uma variação de temas dentro da área, e a cada semestre agregando mais para a UFTM”, concluiu Guilherme. 

 

Fotos: Marco Clemente/UFTM

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