Projeto de extensão do LECampo faz participantes refletirem sobre prática em sala de aula
"O curso tem me proporcionado momentos importantes de reflexão sobre a minha prática pedagógica. Embora eu possua muitos anos de experiência em sala de aula, com alunos do ensino fundamental, passando pelo ensino médio e pela graduação, depois do curso de extensão me senti tocado a rever muitos dos meus conceitos e formas de atuar", analisou o professor Eduardo Elias Lusvarghi, que atua na Escola Estadual Rotary do município de Araxá, na disciplina de química para o Ensino Médio. Ele é um dos 30 inscritos no Projeto de Extensão Universitária “Experiências e perspectivas interdisciplinares na área de ciências da vida e da natureza - práticas formativas e pedagógicas na educação do campo”, coordenado pela professora Tânia Halley, do curso de Licenciatura em Educação do Campo da UFTM. O projeto recebe o apoio do programa de bolsas PIBEX/PROEXT/UFTM/2017.
O projeto se materializa na forma de um curso que pretende promover a formação continuada a professores e professoras da educação básica, de escolas do campo, que atuam ministrando disciplinas na área de ciências da natureza, trabalhando o ensino de ciências em diálogo com as temáticas suscitadas no cotidiano do estudante do campo. “Nosso objetivo com o curso é desenvolver, com esses professores, processos formativos que aliem as diversas demandas contemporâneas da sociedade ao trabalho docente em sala de aula, no intuito de fazer com que o professor perceba o seu papel como agente transformador e, consequentemente, estimular os educandos a perceberem, discutirem e buscarem soluções para a realidade social em que estão inseridos. Para tanto, trabalhamos com uma abordagem contextualizada e interdisciplinar que busca romper o estigma disciplinar do conhecimento científico que, por vezes, está engessado dentro das disciplinas escolares”, afirmou Tânia.
Para surpresa da equipe executora, o número de interessados no curso foi muito superior ao esperado. Foram oferecidas 30 vagas e houve 65 inscritos. “Isso demonstra que há carência e demanda por formação docente voltada para a Educação do Campo na região do Triângulo Mineiro”, avaliou a coordenadora.
O curso teve início em abril de 2017 e término previsto para novembro de 2017. Os encontros formativos acontecem mensalmente, aos sábados, no período da manhã, no prédio do CE da UFTM. A carga horária total do curso é de 80 horas, sendo estas divididas entre os encontros presenciais e atividades à distância.
Apesar do curso ainda estar no início, a coordenação percebeu que os temas trabalhados e a forma como a equipe de professores responsáveis pelo curso abordam o ensino de ciências, tem estimulado os professores participantes do curso a repensar sua prática em sala de aula.
“Estou gostando muito do curso, a formação continuada é importante para que os professores possam discutir sobre questões cotidianas, levantar pontos de vistas diferentes ou não percebidos. Acredito que o mais importante seja a troca de experiências. A forma como o curso está sendo realizado, as discussões a cada encontro, os questionamentos levantados e a troca de ideias faz com que haja crescimento pessoal e profissional”, disse Pauliana Andrade de Melo, que atua no ensino fundamental, na disciplina de ciências, na Escola Estadual América.
Outro aspecto importante é a contribuição do projeto para a formação do bolsista, caso de Elaine Santos Rodrigues da Mata, licencianda do curso de Licenciatura em Educação do Campo da UFTM, habilitação Ciências da Natureza. “Participar do projeto como bolsista tem tamanha importância porque me faz refletir sobre paradigmas do ensino de ciências que jamais ousaria questionar. E também porque esclarece as minhas dúvidas, preenchendo lacunas do conhecimento que não conseguia assimilar até então. Ao me reunir com a equipe de professores para elaborar cada módulo, cresço não apenas como estudante, mas como pesquisadora e como pessoa, pois a cada encontro me reavalio em diversos sentidos e áreas da minha vida”.
Fotos: Divulgação/UFTM
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